quarta-feira, 24 de setembro de 2008

OUÇAM FILHAS:

Talvez não fosse a mãe que desejaram
Nem vos dei tudo aquilo que queria,
A minha bolsa sempre foi vazia
Para vos dar aquilo que ambicionaram.

Lutei sozinha para o melhor vos dar,
Sem tréguas no trilhar do dia-a-dia,
No meu viver sem paz, só de agonia
Sem meios p'ra formar um novo lar.

Agora mais que nunca estou cansada,
Sem forças para viver esta agonia
Duma paz podre p'ra que fui fadada,

E neste fim de estrada em que vegeto,
Já nada sou, apenas objecto,
E serva de quem nunca me deu nada.

21/2/2008
Manuela Figueiredo Sopas

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